A manhã do segundo dia do 1º Fórum Desenvolve Pampa – Atividade realizada pela Prefeitura de Bagé, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDI), contou dois painéis de debates, no Palacete Pedro Osório: Tecnologias de Uso Limpo do Carvão Mineral e Oportunidades de Desenvolvimento para Região.
Antes dos debates, o público presente pôde conferir uma apresentação da Camerata Pampeana de Violões e do professor José Daniel Telles dos Santos, do curso de Música da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
O professor da Unipampa destacou a importância do evento e o quanto é necessário discutir ações para preservação do Pampa. “As pesquisas indicam que se seguirmos nesse ritmo, daqui a 150 anos, o Pampa será um deserto. Queremos que nossos filhos e netos conheçam o Pampa como conhecemos e a música tem um poder transformador da sociedade, sendo o violão um símbolo cultural do Pampa”, declarou José Daniel Telles dos Santos
A Camerata Pampeana de Violões encerrou a apresentação com uma versão de “Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré, com o público cantando o clássico refrão.
Em seguida, com mediação da Prof.ª Drª Ana Rosa Costa Muniz, coordenadora do Laboratório de Carboquímica, da Unipampa, ocorreu o debate sobre tecnologias para o uso limpo do carvão mineral.
Conforme o diretor técnico do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina, Márcio Zanuz, o mundo não vai poder abrir mão do uso do carvão em um período de curto tempo. “Nunca se demandou tanto do carvão como nos dias atuais. O que precisamos reforçar, enquanto proposição é a partir do desenvolvimento de novas tecnologias e produtos que aproveitem tudo do carvão, mas com emissões baixas”, apontou Zanuz mencionando que é fundamental que se tenha uma transição energética justa, para um modelo econômico de baixa emissão, mas que se tenha agregação de valor ao carvão que sustente produto, mercado e indústria.
Enfoque que também foi dado pelo advogado e consultor do Vamtec Group, Daniel Meireles da Rocha. O debatedor ressaltou a importância do debate sobre a transição energética, porém não se pode abrir mão de riquezas que são próprias da região da Campanha. “Precisamos de um olhar diferenciado para o setor do carvão e para isso é indispensável o vínculo com a pesquisa para que se consiga novas frentes para utilização dele, efetuando essa transição energética justa, encontrando soluções e alternativas para novas utilizações do carvão que é uma riqueza da região”, enfatizou Daniel Meireles da Rocha.
Ainda pela manhã foi debatido o tema de oportunidades de desenvolvimento para a região e fontes de investimentos. Foram painelistas o empresário Valmor Coradini Júnior e a gestora de negócios internacionais Gerusa Golfeto. Ambos apresentaram experiências e relatos sobre alternativas para o desenvolvimento econômico da região da Campanha, tais como a esmagadora de grãos, visto o crescimento de área plantada em culturas como a da soja, assim como a construção de um porto seco para a região.
Segundo o mediador dos debates, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba), Leandro Nocchi Macedo, o evento foi valioso para que se apresenta uma discussão sobre caminhos para o desenvolvimento da região da Campanha, auxiliando num diagnóstico de oportunidades como a agropecuária, o turismo, entre outras.
O evento prossegue à tarde com mais painéis de debates.