A Semana do Hip Hop em Bagé chegou ao fim, neste domingo (16), com uma programação de música e dança que reuniu dezenas de artistas locais no auditório do Palacete Pedro Osório. O evento, que seria realizado na Concha Acústica, mas foi transferido por conta da chuva, marcou o encerramento de cinco dias de atividades que movimentaram escolas, ruas e espaços culturais da cidade, valorizando as expressões da cultura urbana e aproximando diferentes comunidades.
A iniciativa, promovida pela Prefeitura de Bagé, por meio da Secretaria de Educação e Formação Profissional (Smed) e da Secretaria de Cultura (Secult), e da Associação dos amigos do Imba (Amimba), teve como destaque o engajamento da juventude e o fortalecimento da cena hip hop local, ampliando a visibilidade de artistas que já movimentam a cultura urbana bageense.
Ao longo da semana, estudantes participaram de oficinas nas escolas Luiz Maria Ferraz e Creusa Brito Giorgis, onde foram trabalhados os quatro elementos do hip hop - DJs, MCs, dança e grafite. A Casa de Cultura Pedro Wayne também recebeu apresentações, batalhas e uma exposição sobre a história do hip hop, em uma edição especial do Sextou Cultural que funcionou como um aquecimento para as atividades do fim de semana.
No sábado, as batalhas na Concha Acústica reuniram MCs, DJs e dançarinos até o início da noite. Já no domingo, com a mudança de local devido à chuva, o auditório do Palacete Pedro Osório recebeu o slam a partir das 14h, incluindo performances de música e dança.
A programação também abriu espaço para novas gerações de artistas, como destacou a bailarina Fernanda França, que apresentou uma coreografia mesclando K-pop e hip hop: “É importante para a gente se expressar e mostrar diversidade. Aproxima as pessoas.”
Para Nayuri Gonçalves, o evento fortalece a presença de linguagens ainda pouco vistas no município. “O hip hop e o K-pop ainda são pouco reconhecidos aqui. Trazer esse evento incentiva outras pessoas a conhecer e entrar nesse meio.”
O MC Liu Nugg celebrou a retomada da Semana do Hip Hop e o impacto na cena local. “Fazia tempo que não acontecia. Hip hop sempre fez parte da minha vida. Fazer música e rimar é o que corre na minha veia.”
Já o artista Dekk ressaltou a importância da ocupação do centro da cidade. “No bairro a gente já é conhecido, mas trazer o hip hop para o centro faz com que mais pessoas conheçam nosso trabalho.”
A diretora da Casa de Cultura, Marcela Meirelles, avaliou a programação dos cinco dias como um marco para a integração da cultura urbana ao cenário cultural de Bagé: “Nos últimos cinco dias tivemos uma intensa movimentação da cultura hip hop na cidade. Começamos com as oficinas nas escolas, levando os quatro elementos do movimento para dentro da sala de aula. Depois, a Casa de Cultura recebeu batalhas, apresentações e uma exposição sobre a história do hip hop, preparando o público para o fim de semana. No sábado, as batalhas tomaram conta da Concha Acústica, e no domingo, devido à chuva, o slam e as apresentações foram realizados no Palacete Pedro Osório até às nove da noite", recordou.
Ainda segundo Marcela, a importância desse movimento é trazer para o centro uma cultura que nasce e se fortalece nas periferias, para que toda a comunidade conheça, reconheça e valorize essa expressão tão presente em diversas localidades. "A Secretaria de Cultura tem trabalhado para garantir visibilidade e reconhecimento a todas as expressões artísticas, e com o hip hop não poderia ser diferente. Esse é um movimento que pretende se repetir e se fortalecer cada vez mais", afirmou.