O segundo dia do Fórum Municipal de Governança Cultural nesta quarta-feira (5) foi marcado por diversos debates e atividades com artistas, gestores culturais e pesquisadores. A programação contou com assuntos como o impacto do turismo e da economia criativa no Bioma Pampa, as conexões internacionais da economia criativa, os desafios na gestão de espaços culturais e a importância das culturas populares e ações afirmativas.
À noite, o Palacete Pedro Osório foi palco da mesa de debate "Culturas Populares e Ações Afirmativas", que reuniu nomes da cena cultural local para discutir o papel essencial das culturas populares na construção da identidade local e na ampliação do acesso à cultura como ferramenta de transformação social. Participaram do debate a apresentadora do Hip-Hop TV, Negra Jaque; a pesquisadora da Batalha do Brete, Kiim Paz; o integrante da Associação Bageense de Capoeira, Mestre Biju e o cantor e ativista Zava MC, sob mediação de Tiago Malaquias, da Secult.
Segundo o secretário de Cultura de Bagé, Zeca Brito, a mesa teve o objetivo de debater a cultura popular e o papel das ações afirmativas. “A ideia é discutir como que a capoeira, o carnaval, o hip-hop precisam ser trabalhados, ou seja, que políticas públicas precisam ser ofertadas para a população, para que ela tenha acesso a esses bens culturais”, ressaltou.
Negra Jaque ressaltou a importância do hip hop como um espaço de acolhimento, resistência e transformação social. Ela destaca que a construção desses espaços ocorre de forma colaborativa e independente, promovendo o empoderamento da comunidade. “As casas de hip hop são lugares sagrados, onde ninguém vai julgar a nossa roupa, a cor da nossa pele ou o jeito que falamos”, afirmou, enfatizando a necessidade de espaços compartilhados para a luta por direitos.
Por sua vez, Kiim Paz enfatizou a importância da vivência e inserção na culturalidade, destacando o papel de movimentos como a Batalha do Brete e o Rock no Galpão na preservação do imaginário coletivo sobre a construção artística. Para ela, Bagé sempre foi uma cidade cultural, mas é preciso fortalecer iniciativas que permitam que os artistas não apenas produzam, mas também vivam de sua arte. “A cidade é pulsante em arte, só que é uma cidade em que os artistas não vivem só da arte”, afirma.
Turismo e Economia Criativa no Pampa
A primeira mesa de debate do dia abordou o tema “Turismo e Economia Criativa: Destino Bioma Pampa”, reunindo Ana Fagundes, da Guiga Experiências Criativas) e a secretária de Turismo de Bagé, Elidiane Lobato, com mediação do Secretário de Cultura, Zeca Brito. A discussão destacou como o turismo e a economia criativa podem atuar juntos no desenvolvimento sustentável da região, promovendo a identidade cultural do Pampa Gaúcho e criando novas oportunidades econômicas para os moradores.
Rotas internacionais da economia criativa
As “Rotas internacionais da economia criativa” também foram tema de debate no evento. O painel abordou iniciativas de cooperação transnacional que impulsionam a cultura e a economia criativa na América do Sul, fortalecendo os laços entre os territórios fronteiriços. A mesa contou com a participação de Andrés Pias, do Proyecto Verde-Celeste; Angélica Seguí, da Fronteira Criativa e Miguel Mestre, da Intendência de Cerro Largo, sob mediação do diretor do Instituto Municipal de Belas Artes (Imba), Guilherme Monteiro.
Gestão de Espaços Culturais
Retomando as discussões no Palacete Pedro Osório durante a tarde, a mesa “Gestão de Espaços Culturais: Casa de Cultura Mario Quintana e Casa BAKA” contou com a participação de Diego Groisman (Casa BAKA), com mediação da diretora da Casa de Cultura Pedro Wayne, Marcela Meirelles.
Vivências culturais
Além dos debates, o segundo dia do Fórum conta com outras atividades culturais. Um exemplo foi a apresentação da Rotina Clássica de Danças Orientais, conduzida por Wall Shadid, do Falak e Shadid Estúdio de Danças. Já à tarde, os participantes realizaram uma visita guiada ao Museu Dom Diogo de Souza, explorando a história e o patrimônio cultural de Bagé, reforçando a importância da preservação da memória local.
O evento segue com programação gratuita e aberta ao público. A programação completa está disponível no link da bio do instagram da Secult: instagram.com/bage.secult