A Câmara de Vereadores de Bagé teve, na manhã desta quinta-feira (6), a abertura do ano legislativo. Em seu terceiro mandato como prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, abordou, inicialmente, a importância de sua relação com o Legislativo local. “Ocupei esse espaço como governo, sendo prefeito, e também como vereador. Sempre tive respeito à autonomia que a Casa Legislativa tem. Respeito às opiniões, aos debates e ao processo democrático”, ressaltou.
Detalhamento de dívidas enfrentadas pela Prefeitura
Sobre os primeiros três meses de gestão, o prefeito ressaltou que Bagé precisa de muitos investimentos tanto para a sua infraestrutura quanto para os s serviços públicos disponibilizados à população. Outro apontamento feito pelo chefe do Executivo está no processo de valorização de algumas categorias de funcionalismo, em detrimento de outras, citando o magistério municipal. “Percebe-se um verdadeiro descompasso que fora criado pela gestão anterior para as categorias do funcionalismo público no que se refere à valorização. Dessa forma, estamos trabalhando para que ocorra uma efetiva organização”, afirmou Mainardi.
Em relação ao endividamento do Município, Mainardi detalhou a necessidade de tratar de forma responsável às dívidas existentes como as do Fundo de Pensão e Aposentadoria dos Servidores de Bagé (Funpas). “Precisa-se ser muito responsável com as questões relacionadas às dívidas. Não só para este governo, mas para os próximos. Por exemplo, o passivo do Funpas chega a R$ 1,200 bilhão. Ou seja, solucionar essa questão demanda uma ação estrutural que precisa ser feita”, destacou.
O prefeito também comentou que em restos a pagar, constatado em 31 de dezembro de 2024, de R$ 212.576 milhões. Ele também comentou ainda como dívidas do Município o total de parcelamentos contratuais que chegam ao montante de R$ 84 milhões.
O prefeito também sugeriu à Câmara de Vereadores que se faça uma investigação da origem dos precatórios pagos nos últimos 10 anos. “Quem deixou de pagar, acabou por gerar uma dívida, com o lesado buscando na Justiça o seu direito, criando assim um precatório. E os governos precisam pagar. Atualmente, há um gasto mensal de R$ 1 milhão e 400 mil nesses pagamentos. Então, esse é um valor significativo junto com o Funpas, cujas parcelas já contratadas são de R$ 137.697 milhões. Essas são as duas grandes dívidas parceladas”, ressaltou o chefe do Executivo que complementou: “Temos também uma dívida ativa de R$ 458 milhões por parte da Prefeitura”, complementou.
Ações para 2025 e Barragem da Arvorezinha
O prefeito Luiz Fernando Mainardi declarou que uma das primeiras ações realizadas foi a organização da gestão administrativa. Ele citou como exemplo o trabalho que está sendo realizado pelo gabinete do vice-prefeito Beto Alagia, no controle e monitoramento da frota de veículos. Mainardi informou que, em breve, será realizado um leilão de veículos que não estão sendo utilizados pela Administração municipal. Também destacou o interesse de que seja criado o Conselho de Administração do Daeb. “O departamento se relaciona 100% com a cidade. Por isso, é fundamental que se tenha transparência na gestão”, salientou. Também destacou o quanto eventos como o carnaval, reforçam a posição do governo em governar olhando para todas as pessoas. “Foi uma festa que trouxe alegria à população e a um custo baixo de R$ 73 mil”, frisou.
Mainardi ainda pontuou que, pelo foco em dar mais qualidade ao atendimento às demandas da comunidade, foi autorizada a contratação emergencial de trabalhadores, visto a necessidade de solucionar problemas diversos encontrados pela nova gestão. “Na busca por recursos para atendermos as demandas da cidade, mantemos diálogo constante com parlamentares, a fim de buscarmos e aplicarmos emendas. Um exemplo está na articulação com ex-vice-presidente e atual senador, Hamilton Mourão, para destinação de emendas, pois sabemos de sua relação histórico e afetiva com a cidade de Bagé”, complementou.
Ao final, o prefeito ressaltou que a gestão tem como meta principal a construção e entrega da Barragem da Arvorezinha. “Em nenhum momento passou pela minha cabeça romper com o Exército. Pelo contrário! E ainda tivemos a sorte de que a Engenharia do Exército deslocou, após a obra da duplicação da BR-116 ter tomado outro sentido, parte de seu efetivo e de maquinário e isso deu um novo ritmo. Além disso, estamos em processo de instalação de uma empresa contratada pelo Exército, ao custo de R$ 31 milhões, e fará o vertedouro, da tomada da água e da ponte. Portanto, teremos duas grandes frentes de trabalho. Estamos muito confiantes de que a maior obra de Bagé será concluída em nossa gestão”, finalizou o prefeito Luiz Fernando Mainardi.