Perdas em lavouras de soja chegam a cerca de 40%. Prejuízos podem chegar a R$ 70 milhões na economia bajeense.
A Associação Rural de Bagé foi sede de uma reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, na manhã desta terça-feira (11). O tema do encontro foi a atual situação na área rural do município com o déficit de chuvas desde o mês de dezembro. Lavouras de soja e áreas de pecuária de corte e de leite estão sendo as mais impactadas com a falta de precipitação.
Conforme a representante da Associação dos Agricultores da Campanha (Agricampanha), Raquel Tascheto, foi realizado um levantamento com os produtores de soja da região de Bagé. No estudo há a confirmação de perda considerável nas lavouras da oleaginosa. “Cerca de 70% dos produtores que consultamos já estão com redução na produtividade média das lavouras. O percentual de perdas é de 40% nas lavouras de soja. No entanto, essa situação pode se agravar se não tivermos a normalização no ciclo de chuvas. O prejuízo já existe. Se voltar a chover estanca nesse estágio de perdas”, enfatiza Raquel.
Outras entidades do segmento agropecuário detalharam alguns dos prejuízos que a estiagem já apresenta para o setor primário, tais como a diminuição na oferta de pastagem que já apresenta diminuição do estado corporal de bovinos, tanto de corte, quanto de leite.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Rural de Bagé, Edegar Franco, a reunião do conselho foi muito importante porque promoveu o encontro de todas as representações do setor rural do município com foco em discutir a grave situação que aflige tanto o campo quanto a área urbana.
“Com os dados apresentados nesta manhã já temos um panorama do tamanho dos prejuízos nas mais diversas culturas, como a da soja, produção leiteira, olericultura, pecuária de corte, entre outras. Ou seja, já temos a comprovação em números dos danos causados pela estiagem. A Emater, em posse desses dados, realizará o laudo técnico que será encaminhado ao prefeito Mainardi, para que o Executivo, com a Defesa Civil, possa redigir o decreto de situação de emergência junto ao Governo do Estado”, detalhou Franco.
O titular da SDR ressaltou ainda que a situação é preocupante para os produtores rurais porque esse é o quarto ano seguido que o setor enfrenta adversidades climáticas como excesso de chuvas ou estiagem. “Só na cultura da soja a estimativa é de um prejuízo de R$ 70 milhões que impacta diretamente para o município de Bagé”, frisou Edegar Franco.
A projeção é que o laudo técnico seja entregue até a próxima sexta-feira (14).