A noite de terça-feira, 9, foi marcada pela leitura dramática de três cenas do filme ‘Porongos’ com os atores Emílio Farias e Thiago Lacerda e o diretor Diego Müller, no auditório do Palacete Pedro Osório, que atingiu lotação máxima. O evento marcou a abertura da Semana Farroupilha no município que tem Lacerda como embaixador.
A produção audiovisual produzida pela GM/2 Filmes, com recursos da Lei de Incentivo Paulo Gustavo, é uma obra de ficção baseada em fatos históricos que retratam a participação dos Lanceiros Negros na Guerra dos Farrapos, que culminou no Massacre de Porongos, ocorrido na extensão territorial que, hoje, pertence ao município de Pinheiro Machado.
De acordo com Müller, em Bagé encontraram infraestrutura necessária para gravar. “O filme se apropriou das belezas de Bagé, para que essa história pudesse ser contada por uma outra perspectiva e que esse debate reascendesse com um olhar diferente sobre a Guerra dos Farrapos e a participação do povo negro”, disse.
Na coletiva de imprensa, que antecedeu a leitura dramática, os atores falaram sobre as respectivas participações no filme.
Para Farias, que dá vida ao protagonista Adão Caetano, o filme propõe uma reflexão sobre a história gaúcha. “A arte nos põe para refletir e a história de Porongos também. O lugar desse filme propõe uma boa conversa sobre a nossa história que, no desfecho, todos acabaram sem nada. Hoje em dia a gente trata a liberdade com um tom muito poético, muito bonito. Naquele tempo, as pessoas lutavam pela dignidade básica de ser livre e é nesse contexto que se dá o Adão Caetano, uma pessoa que lutava pela liberdade de ir e vir e ser reconhecido como ser humano”, contou.
Para Lacerda, que interpreta o general Bento Gonçalves, trata-se de um filme bonito que convida à reflexão do passado. “É um prazer voltar a Bagé para falar de cinema, para falar de história em um local que tenho muito respeito pela cultura e sempre fui muito bem recebido. Voltar à história é compreender melhor tudo que a gente é hoje e estamos aqui para recontar Porongos por um outro ponto de vista, com humanismo e responsabilidade e, também, convidar a reflexão”, disse o renomado ator.
“Começamos muito bem a programação da Semana Farroupilha de Bagé com a leitura dramática de Porongos. Contar o passado, o lado daqueles que foram derrotados, daqueles que venceram por uma outra perspectiva é algo muito rico. O mais importante é que Bagé foi território dessa história e é, hoje, no presente, a cidade que dá suporte às gravações do filme, reafirmando o papel fundamental que tem no cinema nacional”, disse o secretário de Cultura, Zeca Brito.
De acordo com o prefeito Luiz Fernando Mainardi, desde que soube das gravações do filme, colocou o Governo Municipal à disposição através das secretarias. “A gravação do filme em nosso município movimenta a economia local e coloca Bagé como protagonista no cenário do cinema, contando para as pessoas o que ocorreu aqui e nos municípios vizinhos naquela época, mantendo a memória e a importância do povo gaúcho”, pontuou.