Foi inaugurada, nesta terça (18), na Caixa Cultural, em Brasília, a mostra “Os Quatro – Grupo de Bagé”, que reúne mais de 180 obras de Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Carlos Scliar. O grupo, que criou um dos movimentos artísticos mais importantes do país, atuou entre Bagé e Porto Alegre nos anos 1940. O secretário de Cultura do município, Zeca Brito, representou o Governo Municipal na abertura da exposição, que segue disponível para visitação até 29 de junho.
De acordo com a Caixa Cultural, a mostra tem curadoria de Carolina Grippa e Caroline Hädrich e reúne “obras, ilustrações dos clubes de gravura de Bagé e de Porto Alegre, além de exemplares raros das revistas Horizonte, Senhor, que percorrem a história do quarteto que eternizou na gravura atividades e paisagens do interior gaúcho”. Ainda conforme o centro cultural, “uma mistura de temas universais e modernos, elaborada a partir da experiência e da representação de aspectos regionais, é o que caracteriza e une o trabalho dos quatro artistas, que, mais por sua proximidade e camaradagem, do que propriamente por um desejo de formar um movimento com uniformidade estética, ficou conhecido como Grupo de Bagé. Um grupo de pessoas muito talentosas que o acaso uniu, e que criou um trabalho tão sólido que a passagem do tempo apenas renova seu interesse”.
As obras que compõem a mostra pertencem a diferentes instituições e acervos particulares, dentre os quais o Museu da Gravura Brasileira/FAT/Urcamp. De acordo com o reitor da Urcamp, Guilherme Cassão Bragança, a instituição se orgulha de ser a guardiã legal desse acervo. “Para nós é uma alegria imensa podermos dividir com a humanidade, no centro do nosso Brasil, na nossa capital federal, essas obras que são, de fato, um marco histórico, sociológico, cultural da nossa querida Bagé”, afirmou. Ainda segundo o reitor, a universidade reconhece a importância de cuidar do acervo. “O prazer que temos de guardar estas obras é na mesma proporção da nossa responsabilidade, porque este é um acervo inestimável da nossa humanidade”, explicou.
Representando o Governo Municipal, o secretário de Cultura Zeca Brito falou sobre a exposição. “É um momento de valorização de nosso território através da produção simbólica de nossos artistas. O grupo de Bagé é o movimento das artes modernas que coloca nosso município dentro do cenário da história da arte internacional”, disse. Ainda segundo Zeca Brito, a exposição inaugurada ontem rememora a grandeza desses artistas. “Temos um conjunto de obras que visitam a cidade de Bagé, seus campos e sua gente. O centro do país hoje reverencia o realismo socialista que fez deste grupo um importante arauto pela construção da paz mundial e da democracia no Brasil”, afirmou.
Participaram da exposição, dentre outras figuras de renome, a viúva de Glauco Rodrigues, Norma Estelita Rodrigues, além de filhos e netos de Glênio Bianchetti. A mostra também reuniu autoridades do Governo Federal, em especial do Ministério das Relações Exteriores, como o Diretor do Instituto Guimarães Rosa, o diplomata Marco Nakata e representantes do Itamaraty. Também se somaram ao evento o Secretário Executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares e o secretário adjunto da pasta, Cassius Antonio da Rosa. O Presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também esteve na inauguração da mostra. Representando o Governo do Estado, esteve o secretário de relações institucionais em Brasília, Henrique Pires.