A relação entre patrimônio histórico e desenvolvimento econômico, social e cultural foi debatido na tarde desta segunda-feira (14), na sede da Escola Municipal de Administração Pública (Emap). O encontro teve como tema “Os Patrimônios de Bagé como Ativo para o Desenvolvimento”, promovida pela Prefeitura, por meio das Secretarias de Cultura (Secult), de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos (Geplan) e de Administração (Smad).
Durante a atividade, a chefe de gabinete da Secult, Natália Centeno Rodrigues, e o coordenador de Obras Privadas da Geplan, Marlon Martin Lameira, abordaram conceitos teóricos, apresentaram o histórico das legislações que regem o patrimônio local e destacaram tanto os desafios quanto às potencialidades do seu aproveitamento como instrumento de desenvolvimento para a cidade.
Natália chamou a atenção para o fato de que a maneira como o patrimônio é entendido hoje resulta de um processo histórico contínuo. Ela ressaltou que muitas regras atuais, como a necessidade de autorização para intervenções em imóveis tombados, refletem essa construção. “O modo como as pessoas enxergam o patrimônio hoje é fruto desse processo histórico. O que muitas vezes parece uma regra sem sentido tem raízes no entendimento de que determinadas áreas precisam ser preservadas conforme critérios definidos ao longo do tempo”, afirmou.
Entre os principais desafios apontados, destacam-se a especulação imobiliária, o abandono dos imóveis históricos e a falta de conhecimento da população sobre o valor do patrimônio local. Por outro lado, foi ressaltado o potencial de Bagé em transformar suas áreas tombadas em oportunidades de desenvolvimento sustentável, por meio do turismo cultural, da revitalização urbana e da atração de investimentos criativos, seguindo exemplos já consolidados em cidades brasileiras e latino-americanas.