A Prefeitura de Bagé realizou, nesta segunda-feira (24), a segunda reunião de trabalho com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) para avançar na elaboração do novo Inventário de Bens Culturais do município. O encontro ocorreu de forma híbrida, com a equipe técnica do Iphae participando desde Porto Alegre e servidores municipais reunidos nas secretarias de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos (Geplan), Educação e Formação Profissional (Smed), Cultura e Turismo.
Esta foi a segunda reunião oficial sobre o tema. A primeira, realizada em agosto, definiu a criação de um grupo de trabalho conjunto. De acordo com Marlon Lameira, coordenador de Obras Privadas e Patrimônio do município, o Iphae reforçou que o novo inventário abrangerá toda a área urbana e rural de Bagé. “Embora o trabalho inicie prioritariamente pela atual poligonal do Centro Histórico, a metodologia prevê a expansão para identificar bens e paisagens culturais ainda não registrados, além de possibilitar, futuramente, a atualização dos limites de proteção conforme os resultados do inventário”, explicou.
O levantamento contemplará também, conforme Lameira, bens culturais relacionados a comunidades quilombolas, indígenas e de imigrantes, considerando dimensões arquitetônicas, históricas, paisagísticas, territoriais e sociais. Paralelamente, será realizado um estudo histórico das edificações para qualificar a análise do valor cultural dos bens.
No que tange à organização dos trabalhos, segundo Marlon Lameira, as equipes também discutiram a construção de um plano de trabalho unificado, estabelecendo cronograma, prioridades, metodologia e divisão dos quarteirões para facilitar a coleta de dados. “O IPHAE orientou que os levantamentos não devem se restringir aos sítios já tombados, mas abranger elementos como ambiência urbana, ruas, praças, áreas de interesse ambiental e paisagístico, e demais componentes da paisagem cultural identificados no território”, descreveu. A sistematização de materiais, como fotografias, registros de campo, depoimentos, entrevistas e documentos históricos, também será utilizada no processo, que contará ainda com ferramentas de georreferenciamento.
Lameira esclarece que, com a metodologia definida, a Prefeitura já iniciou os primeiros levantamentos de campo para testar a aplicação prática dos instrumentos. “Uma visita presencial dos técnicos do Iphae será agendada para acompanhar os avanços e orientar a próxima etapa”, afirmou. Ainda segundo o coordenador, as instituições envolvidas reforçaram a importância de manter a participação da comunidade, envolvendo escolas, museus, entidades culturais, associações e moradores, ampliando o alcance social do inventário e fortalecendo as ações de educação patrimonial.