A arte tem se tornado uma ponte de inclusão e desenvolvimento para crianças autistas em Bagé. Por meio de um trabalho conjunto entre as secretarias municipais de Cultura (Secult) e de Saúde, estão sendo oferecidas oficinas de musicalização e expressão artística de forma gratuita no Centro do Autismo, referência no atendimento especializado na cidade. A iniciativa já ultrapassou a marca de 100 atendimentos em seu primeiro mês.
As atividades são conduzidas por professores do Instituto Municipal de Belas Artes (IMBA) e do Centro de Desenvolvimento da Expressão Odessa Macedo (CDE). “A Cultura deve ir até as pessoas e deve servir para melhorar a vida da população. A arte tem seu papel terapêutico, que desperta nossa sensibilidade e nossos sentidos, podendo ajudar diretamente na saúde das crianças”, destaca o secretário de Cultura, Zeca Brito.
Neste primeiro momento, o projeto atende crianças já vinculadas ao Centro do Autismo, com prioridade para os casos diagnosticados ou em investigação. Segundo a diretora do centro, Juliana Collares, os impactos já são perceptíveis:
“Os pais estão muito felizes, dá para ver no rosto deles. A musicalização tem ajudado muito na comunicação das crianças. Estamos muito agradecidos por essa parceria com a Cultura”, afirma.
As oficinas de musicalização são ministradas pelo professor Diego Kaupe, do IMBA, e as de expressão artística pelo professor Gabriel Medeiros, do CDE. A diretora Juliana destaca a importância dessa atuação conjunta: “Temos crianças não verbais que começam a se expressar melhor por meio da música. A arte tem se mostrado uma aliada essencial no desenvolvimento da comunicação e da interação social”.
O diretor do IMBA, Guilherme Monteiro, ressalta o caráter inclusivo da instituição. “Nosso objetivo é levar música para todos, como forma de inclusão. O IMBA é uma instituição naturalmente inclusiva, e neste ano conseguimos ampliar a área da musicalização, que representa o início de tudo para muitas crianças”, afirma.