Há duas semanas, as gestantes em situação de vulnerabilidade social encontram acolhimento e cuidado especializado no Hospital Universitário (HU). O projeto “Casa de Acolhimento à Gestante” é um convênio firmado entre a Secretaria de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência e a Urcamp – instituição gestora do hospital -, e prevê o uso de quatro leitos para internação de gestantes.
Conforme a Secretaria de Saúde, o projeto tem o objetivo de dar o tratamento de pré-natal de alto risco para gestantes em vulnerabilidade social e, assim, também diminuir os índices de mortalidade infantil. O valor de investimento é de R$ 23,3 mil por mês para o Município. Além da disponibilidade dos leitos para internação, toda a carta de exames para as gestantes já são solicitados dentro do Hospital Universitário.
“Esse projeto é fruto de várias reuniões que nós tivemos todo o mês com o nosso Comitê de Mortalidade Infantil. E nós constatamos que o município podia fazer algumas ações efetivas para evitar óbitos infantis, aqueles que classificamos como evitáveis. Então, nós realizamos uma pesquisa extensa para identificar onde estava o ponto crítico dos óbitos evitáveis que tínhamos no município. Constatamos que esses estavam nas gestantes de alto risco de vulnerabilidade social. Muitas dessas mães são dependentes químicas, não têm endereço físico e não estão vinculadas a uma unidade de Saúde, desta forma, também não realizam o pré-natal adequadamente”, explica o secretário municipal de Saúde, Paulo Henrique Feltrin.
O projeto também surgiu a partir de recorrentes casos em que há a necessidade de internação de gestantes em situação de vulnerabilidade. Situação que foi apontada pelas médicas que acompanham as grávidas na saúde pública, especialmente no posto de Saúde Camilo Gomes – unidade de referência em acompanhamento pré-natal de gestantes de risco.
“Temos um protocolo, quando as pacientes chegam para serem acolhidas, oferecemos acompanhamento do psicólogo, da nutricionista, tudo para que se sintam acolhidas. Geralmente, as pacientes que internam são de alto risco ou que podem desenvolver algo lá na frente e que podem precisar internar novamente. Além dela ser acolhida, já sai com orientação em assim, temos um melhor acompanhamento desta paciente”, salienta a médica obstetra, Mariana Alfaro.
A médica Júlia Castilho salienta que os exames de imagem, necessários para acompanhamento da gestação, são realizados no Hospital Universitário. E, ao receberem alta médica, as pacientes saem do hospital com as demais consultas marcadas, ou já são direcionadas para realizar o agendamento. Outro aspecto destacado pela equipe médica é que todos os profissionais que atuam no projeto foram treinados para o atendimento das gestantes.