Mas o primeiro registro do nome Bagé, vem do ano de 1776, quando as tropas espanholas se retiraram do forte de Santa Tecla e dom Luiz Ramirez marchou, colocando o nome de Zerros de Balles ou Cerros de Bagé, que provém dos cerros de Baye, o que significaria para os índios “vindo do céu”, lugar elevado. O nome é anotado em um de seus mapas, talvez não com o objetivo de batizar o lugar, mas de criar pontos de referência. Nossa região viveu por muito tempo em zona de conflito, pertencendo por um momento a Portugal e, em outro momento, à Espanha. No meio desse conflito existiam os índios Charruas, Minuanos e Guenoas que, em sua maioria, viviam como nômades; portanto, sem fixar uma tribo nesta região, o que tornaria a existência de Ibagé discutível.
Por outro lado, conforme a história local mais conhecida, a origem do nome Bagé, se deve à existência, nesta região, de uma tribo de índios Charruas, comandados pelo velho cacique que veio a morrer em idade avançada. Seu sepultamento teria acontecido em um dos cerros de Bagé, a sudoeste da cidade.
De acordo com o “Vocabulário Indígena da Geografia Rio-grandense” de Souza Docca, publicado em 1925, Ibagé aparece como um velho índio, que não viveu isolado, pois era dócil, tratável e hospitaleiro, segundo a tradição o que, entretanto, não impedia que fosse temido e respeitado. Para outros historiadores é apenas um mito, uma lenda, pois não existe nenhuma prova cientifica de sua existência. Além disso, o que torna o índio Ibagé um mito é a falta de uma cronologia histórica.
Em suas pesquisas sobre o índio Ibagé, o historiador Tarcísio Taborda afirma que, como realidade ou mito, o índio estará perpetuado em nossa história, e sua presença, no passado, é indiscutível. Por mais que não seja história, um povo tem o direito de criar suas lendas.Por: Diones Franchi